quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Socialista que faz poupança e investimento, capitalista é.

Todo ser humano tem a capacidade de compadecer-se do semelhante e de ajudá-lo em suas necessidades, cada um de acordo com seus limites, realidade social - os semelhantes se atraem e se protegem-, e condições, movido por variadas razões ou interesses.

Observe que, dificilmente esse sentimento se desperta por uma imposição, senão pela maturidade individual e suas experiências, até mesmo por educação familiar ou religiosa. Somente aquele que já sentiu no estômago a dor da fome, sabe o que isso significa.

Há muitos que procuram responsabilizar os ricos pelas condições precárias dos pobres, não o aspecto econômico do país e a maneira como seus governantes promovem a geração de riquezas e desenvolvem condições para o crescimento da nação. 

    Não será tirando dos cofres públicos os recursos arrecadados e distribuindo dinheiro para os menos favorecidos comprar comida  que resolverá o problema da fome e da miséria e da desigualdade social. Condição financeira é o topo, riqueza e renda é o último degrau do processo de enriquecimento de uma pessoa que começa com a instrução, o aprendizado sobre o princípio da economia e capitalização. 

A ideia do Estado Socialista cai na mesma situação do velho comerciante que se compadeceu de seus vizinhos que passavam fome e começou a doar a eles cestas de alimentos. Como era comerciante, tinha suas contas a pagar, suas duplicatas e compromissos com seus fornecedores. Foi assim que seu negócio faliu. Os produtos eram retirados das prateleiras e não entravam os recursos necessários que o comerciante precisava para arcar com o pagamento de seus fornecedores. Aqueles vizinhos continuaram famintos. Aquelas pessoas estavam alimentadas até o momento em que a bancarrota chegou ao velho e bondoso comerciante. Nem ele, que dava, nem os que recebiam, tiveram cautela nem previsibilidade do que poderia acontecer depois. 

E, se ele abrisse oportunidade para aquelas pessoas trabalharem em seu comércio, com a ideia de expandir suas vendas? Será que essas pessoas cumpririam os requisitos para atender a uma demanda comercial? 

A situação é muito mais séria do que apenas compadecer-se do pobre e esvaziar os cofres. Isso tem prazo de validade. 

A ideia capitalista é organizada e trabalha com previsibilidade; a responsabilidade fiscal na aplicação dos recursos e investimentos para o crescimento, sem os quais o progresso é comprometido.

Todo capitalista constrói condições necessárias para o desenvolvimento, tanto pessoal, quanto coletivo. Criar um demônio para a sociedade e levá-la a crer que sua luta é contra os ricos,  não contra suas próprias limitações e falta de condições necessárias é mais confortável, pois acaba isentando o governante do dever de cumprir bem o seu papel como o gerente das riquezas e o responsável pelo progresso da nação.  

Correntes de ideologia política procuram fazer do capitalismo o monstro que ataca os pobres, ao invés de reconhecer que toda sociedade humana foi construída a partir do capitalismo, do entesouramento, da poupança e do investimento. A maneira como os indivíduos lidam com as riquezas é que deve ser observada por um olhar mais voltado para seus direitos e obrigações como pessoas plenamente atuantes na sociedade. O problema não reside no fato de existirem ricos e pobres, mas nas ambições e egoísmo, fato que supera a esfera meramente política, alcançando o campo da espiritualidade que afeta ricos e pobres. Há ricos e pobres egoístas. O ato de solidariedade e de dividir ou promover condições de melhoria de vida de outras pessoas, é fruto de aprendizado sobre os valores espirituais do ser humano e da consciência de cidadania. Governo nenhum poderá substituir os atos de seus cidadãos, nem obrigá-los a serem solidários por força de lei que limite o patamar de suas riquezas. O papel do Estado não é interferir na riqueza e posses alheias, mas administrar com inteligência e sobriedade os bens da nação, e cumprir as leis e as normas das quais dependem a ordem e o equilíbrio social.  

Observe a contradição que há no discurso de empresários e comerciantes que atacam o capitalismo. Certamente há interesses políticos escusos por trás disso. Observe os socialistas que tem suas poupanças e investimentos pessoais e sobem nos palanques apontando um "sujeito indeterminado" responsável pelas mazelas sociais e  pobreza de seu povo. E não é bem isso.

Elias Teixeira - MTb 00768-RJ 

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