A criança estava concentrada traçando as linhas de um desenho que insistia acertar. O papel já estava desgastado de tanto apagar o seu projeto, até que perguntou ao pai: "Por que eu estou errando e não desisto de fazer esse desenho?". O pai ficou surpreso com a pergunta do filho, procurando palavras mais adequadas para responder o inquietante questionamento.
"É porque a gente nasceu para acertar, por isso quando erramos, temos vontade de continuar insistindo até dar certo".
Na verdade, até as coisas que consideramos erradas precisam dar certo para acontecer. A questão do senso de autoafirmação do ser humano de insistir, de tentar outra vez, funciona nos dois extremos. É preciso observar para onde estamos canalizando essa energia que nos motiva; de que lado estamos insistindo para que as coisas deem certo e funcionem. Quando a frustração causa irritabilidade ou raiva, é porque o indivíduo ainda não alcançou maturidade suficiente para lidar com a tentativa fracassada e canalizar essa energia para algo que o satisfaça correspondendo suas reais expectativas. Isso pode ser muito perigoso.
Insistir, ser persistente e corajoso nem sempre pode ser visto como algo positivo no tocante ao resultado que se espera quando consideramos o modelo de moral, regras de conduta e dos bons costumes. Há uma ordem, tanto moral quanto social. E a ordem que escolhemos seguir, certamente mostra de que lado estamos.
Elias Teixeira - MTb 00768-RJ
Muito boa a matéria. Parabéns. Estarei compartilhando.
ResponderEliminarObrigado, amigo, por gostar e compartilhar.
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