sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

A "supervalorização" de Lula

Quem observa, conclui que está havendo uma supervalorização do ex-presidente, condenado por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio no processo do caso triplex de Guarujá. 

Parece que a grande preocupação dos brasileiros é sobre o que vai acontecer com o Lula; se ele poderá ou não ser candidato. Na verdade, não deveria ser essa a preocupação principal no momento em que o país acredita estar havendo uma força tarefa no combate à corrupção como nunca vimos antes na história do Brasil. O caso não deve ser levado apenas para a questão da inelegibilidade de um condenado, mas para o que os danos da corrupção e os vícios históricos da política brasileira tem causado em seus cidadãos. A prisão ou não de Lula, a preocupação sobre seu destino só interessa ao instituto do poder de seus grupos, apenas isso. Mas isso não encerra o processo. 

Por outro lado, a dificuldade que muitos tem de entender que, de fato houve crime praticado por agente público no âmbito de sua responsabilidade como líder máximo da nação, e como tal deveria ser um "guardião" da Constituição do país, que também prevê as responsabilidades do servidor público, acaba tomando como pessoal e política os limites impostos pela carta magna. 

Os recursos jurídicos e peças técnicas, debates e outras discussões que podem ser utilizadas em defesa do ex-presidente, todavia, não é capaz de extinguir o crime praticado. Isso precisa ficar bem claro. Discussões jurídicas para colocar em dúvida a lisura e a licitude da condenação do ex-presidente, a essa altura, só interessam à vaidade dos juristas, que não diz respeito a preocupação com o estado de calamidade moral em que o país está afundado. Criam-se "universos paralelos" e cada um defende o seu próprio mundo, em circuito fechado, sem observar o que acontece do lado de fora, deixando a sociedade à mercê de suas decisões.  Preocupar-se com o "Estado Democrático de Direito" é, antes de tudo, manter a ordem pelo cumprimento de suas leis. 

O crime existe e, essa prática, (de ocultar patrimônio) é usual em nosso país, até por maridos que não querem dividir seus bens com a esposa em caso de separação; enriquecer-se da noite para o dia sem nenhuma explicação lógica do ponto de vista da capacidade financeira; aquele servidor público que desfila com um modelo importado, cujo salário não corresponde com suas posses. É natural que muitos vêem e desconfiam, mas não se investiga. Agora o caso ganhou proporções maiores e esse despertamento levou a um processo de investigação para apurar o que havia de errado. Se um simples servidor público como aquele fiscal que cobra propina para fazer vista grossa a irregularidades e embolsa os recursos, imagine no alto escalão o que se pode fazer com um poder maior de barganha?

Esse é o ponto que devemos discutir e pensar. O Lula foi condenado por sua responsabilidade e envolvimento consciente com o crime que é previsto na lei que rege a nação.  


As manifestações pelas quais se gritam palavras de ordem "Eleição sem Lula é Fraude" só interessam à vaidade desses pelo poder pois, Lula, é só mais um entre tantos, que não fez nada relevante que pudesse por fim a esse vício que tem carcomido a administração pública, pelo contrário, fez parte do sistema com muita maestria.  

Supervalorizar o Lula, colocando-o como vítima do sistema jurídico e perseguido político, e que, sem ele o Brasil não vai para frente, e que só ele pode consertar o que está errado  é mentir, e apequenar demais o grave problema que avassala o progresso do país com a devida ordem a que se exige. Lula é nada, diante do grave problema  no qual está envolvido. 


Elias Teixeira - Mtb 00768-RJ

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