Os momentos que estamos vivendo podem servir para extrairmos muitas lições de vida e um inclinar para observações mais profundas sobre aquilo que conhecemos ou simplesmente contemplamos. A busca do conhecimento é ativa, enquanto que a contemplação é passiva, pois nos limitamos a consumir aquilo que nos satisfaz de algum modo. Tudo aquilo que contemplamos cresce, porque a tendência natural é valorizarmos o que escolhemos e, às vezes, até tentamos desculpas ou justificativas quando uma escolha não deu certo; quando nos deparamos com equívocos cometidos. Toda escolha com cargas de emoção desequilibrada termina dessa maneira. A contemplação sem a busca do conhecimento é cega.
Muitos preferem associar-se àqueles que pensam as mesmas coisas e que contemplam as mesmas coisas para não se sentirem “culpados”, característica do ser egocêntrico; unem-se aos que se alinham com o mesmo pensamento e, como seres diversos, preferem a zona de conforto pelo apoio que recebem em suas investidas. Na maioria dos casos em que essas ações respaldadas por sentimentos e fortes emoções são manifestadas, é possível observar que são reflexo de paixões que em conjunto com outras forças se afloram de muitas maneiras como o sentimento de ódio, de vingança e justiçamento aos que consideram opostos.
É preciso sentir os sinais que as ocorrências e intercorrências no aspecto social, moral e humano tem nos indicado.
O nosso ímpeto para manifestações emocionais observadas pela maneira como expressamos nossas palavras e atos, é despertado no momento em que somos confrontados com aquilo que contemplamos e admiramos, sem qualquer outro conhecimento aprofundado que venha reproduzir em nós o senso do respeito, do autocontrole, da segurança e confiança. As escolhas que fazemos arregimentadas pela contemplação acaba nos furtando a razão, fruto do conhecimento e do interesse de olhar um pouco além da turba.
É momento de pararmos um pouco e pensarmos, refletirmos de que maneira nossas expressões e comportamento diante da celeuma social e político-ideológica que cresce progressivamente tem dito a nosso respeito: se somos interessados na busca do conhecimento ativo ou apenas seres contemplativos e passivos. A passividade da contemplação é a mãe de muitos dramas que poderiam ser evitados na vida pessoal que se reflete no coletivo através de nossas relações sociais, enquanto que a busca pelo conhecimento resulta em liberdade que gera uma relação harmoniosa oriunda do respeito ao outro no ambiente que ocupamos.
Elias Teixeira
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