domingo, 18 de março de 2018

É preciso entender que somos "produtos" de Deus, não do meio

       
Vivemos um momento em que tudo parece se desnudar diante dos nossos olhos, e há quem admite sua revolta com a situação como se não fizesse parte desse cenário. Há muitos que, para atrair solidariedade retiram suas máscaras e até confessam seus erros, mas sem nenhuma intenção de corrigi-los, pelo contrário, tentam com isso reivindicar aceitação. Não é produtivo retirar a própria máscara ou  a de outros, e denunciar seus erros ou admitir os seus, apenas para expô-los. 

         Em tempo algum, a humanidade viveu tanto na superfície como agora. Vivemos discutindo, criando fatos novos sem sequer conhecer a origem daqueles que desencadearam essas discussões ou esses fatos novos. Queremos apenas buscar nossas razões e lutar para provar que as nossas razões são mais razoáveis do que as razões dos outros. Na verdade, isso faz com que nos distanciemos das referências reais e acabamos nos perdendo pelo caminho. Impossível é discutirmos o efeito de algo de maneira justa, como se fosse o fim em si mesmo, se não nos aprofundarmos um pouco mais; sairmos um pouco da superfície para entender a maneira de como lidar ou tratar determinadas situações e tentar curar as lesões em sua origem. Nenhuma ideologia política alertará quanto a isso pois não é seu propósito a libertação das mentes. 

          Enquanto apontarmos o outro como o culpado, ignorando que fazemos parte desse cenário e que as mudanças e a cura que desejamos precisam ser operadas em cada indivíduo por sua busca pela verdade, continuaremos sendo manipulados por um sistema que se sustenta pelas divisões, pelo apontamento dos erros de outros; pela desconstrução de modelos e reconstrução ou implantação de outros como a solução para os dramas da sociedade; por permitir a longo prazo o estabelecimento do caos para ratificar seus discursos e lucrar com a degeneração moral de um povo e sua aclamação por mudanças. A desestabilização emocional e o sufocamento dos indivíduos promovida pelo caos social leva-os a atitudes agressivas diante de uma situação que já não pode mais ser resolvida por ações políticas pois, o ciclo da história isso já provou que não funciona. 

        O homem como "produto do meio" será sempre manobrado pelos interesses do meio sem poder expressar sua vontade e entender-se como ser humano. O rompimento do homem como "produto do meio" é o reconhecimento de sua origem. O homem é produto de sua origem pela criação. Essa percepção aniquila todo o sentimento de diferença, derruba barreiras sociais posicionando-nos em igualdade como "produtos" de mesma origem. Isso não interessa aos poderes políticos ideológicos, pois preferem continuar na superfície, criando inimigos para justificar suas lutas. É momento de parar e refletir. Você pode quebrar essa frequência não engrossando os clamores e as vozes que ainda não entenderam o princípio. Se olharmos uns aos outros como "produto de Deus", não "produto do meio", nossa concepção mudará em relação à vida, refletindo em nossas atitudes.

Elias Teixeira - MTb 00768-RJ

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